Padroeiro

Indicações históricas
O nome de Cristóvão antes do batismo era Kynokéfale (réprobo, malvado). Era natural de Caná, na Palestina. Um verdadeiro Golias, inigualável em força física; guerreiro por natureza e profissão, com fama de indomável e invencível; solicitado pelos exércitos, embora não fosse oficialmente um soldado.                                                                                                                             
Com o passar do tempo, cansou-se de servir ora um, ora outro magnata, resolvendo procurar o homem mais poderoso do mundo para servi-lo.
Aos poucos percebeu que todos os imperadores, príncipes e reis temiam o nome do demônio. Viu-o então como o mais poderoso e pôs-se a servi-lo.
Em sua crença ao demônio, Cristóvão notou que este temia a cruz, e até fugia dela. Concluiu assim a supremacia da cruz sobre o demônio, partindo em busca do rei cujas armas figurasse o sinal tão poderoso da cruz.
Nessa procura, encontrou, à beira de um rio, um velho eremita cristão que o aconselhou a entregar-se a Jesus Cristo, o rei mais poderoso do mundo, do qual emana o sinal da cruz. Para servir a esse Senhor, o velho sugeriu-lhe o caminho do jejum, da oração e da meditação, porém Cristóvão alegou que não agüentava jejuar, não tinha jeito para oração e tampouco para a meditação. Diante disso, o velho propôs a ele que praticasse obras de caridade a fim de amolecer seu coração. Cristóvão achou estranho, mas, para encontrar o tal rei, aceitou.
Diante da disposição de Cristóvão, o eremita lembrou-se do esforço das pessoas pobres ao atravessarem o rio próximo, por não haver ponte, levando muitas à morte ao enfrentarem as águas turbulentas. Sugeriu então que ele aproveitasse seu por te físico avantajado e oferecesse seus serviços àquela gente simples; assim teria as orações dos beneficiados e as bênçãos de Deus como paga do seu trabalho. Cristóvão imediatamente depôs as armas e entrou no serviço da caridade, ajudando os viajantes.
Um dia, durante seu trabalho, Cristóvão ouviu uma voz a lhe chamar. Era a voz de um menino pedindo-lhe para transportá-lo ao outro lado do rio. Prontamente, ajeitou o pequeno passageiro sobre os seus ombros e entrou com ele na água. À medida que avançava o rio, dialogando prazerosamente com o garoto, meditava: ele, um gigante homem, temido por tantos poderosos, na ansiedade de encontrar o rei mais poderoso do mundo, acabara se colocando a serviço de uma simples criança! E gostava do que acontecia.
Ao mesmo tempo, na leveza da criança, pesava-lhe nos ombros o seu passado, atingindo-lhe a consciência. Sua velocidade diminuiu. O rio parecia crescer na sua frente.
Ao chegar à outra margem, fitando aquela criança sorridente por um longo tempo, descobriu o que tanto procurava: nela estava Jesus, o rei dos reis, a quem ele acabara de servir com muito gosto e realização. A criança também o fitava longamente. E Cristóvão parecia ouvir a voz do próprio Jesus a lhe dizer: “Tu carregaste o Criador do mundo; fizeste uma obra de misericórdia, e misericórdia achaste. Doravante serás o meu apóstolo, e teu bastão de ferro florirá”.
O velho eremita cristão, ao ver aquela cena, aproximou-se de Cristóvão, e vendo um homem totalmente transformado, bateu-lhe no ombro e disse: “de agora em diante, seu nome será ‘Cristóvão’, o portador de Cristo”.
Radiante de alegria, o recém-convertido entregou-se totalmente à causa do Evangelho, começando seu apostolado da Galiléia à Síria, iniciando sua pregação na cidade de Samo, com conversões em massa.
O imperador Décio, tendo notícia disso, deu ordens de prisão ao pregador, intimando-o a abandonar o cristianismo e a adorar os ídolos. Cristóvão negou-se a cumprir tal exigência, convertendo ainda, pelo exemplo de coragem, persistência e determinação cristã, mais quarenta soldados da tropa do império romano, os quais, em seguida, sofreram o martírio. Foi novamente preso, e na prisão, duas mulheres, Niceta e aquilina, a mando do imperador, adentraram sua sela para pôr à prova sua virtude. A manobra foi contraproducente, pois as duas saíram da sela convertidas, e também morreram mártires.
O imperador, exaspero por seus fracassos, ordenou que Cristóvão fosse flagelado. Mandou banhar um capacete no azeite, atear fogo e pôr em sua cabeça, mas ele ainda sobreviveu. Sem outra alternativa, ordenou sua decapitação.
A devoção a são Cristóvão diminuiu a partir do século XVII, mas tornou a se fortalecer no século XX, precisamente no verão de 1905, quando um suposto milagre atribuído ao santo aconteceu com o carro da rainha Margarida de Sabóia, em Valle d’Aosta, na Itália.
Como a rainha, todos os que seguirem o exemplo de são Cristóvão receberão, como recompensa, o grande milagre da preservação da vida.
São Cristóvão é tido como protetor não só dos motoristas, em razão do episódio italiano, mas dos condutores e viajantes em geral.



 

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